18 maio 2009

De volta ao acaso

Faz muito tempo. Foi numa tarde de Outubro, que meu último Post foi ao ar. Claro, depois publiquei “coisas”. Mas esta minha consciência atemporal, ou como alguém certa vez rotulou, de Alter Ego, vez que outra se manifesta. Pois é. Meu espaço de burlescos, sandices e confissões mascaradas. É notório que na arte da afetação, poucos se atrevem a perpetrar, contudo, a morbidez sarcástica de um interlocutor obscuro, deixa os demais seres vivos em alerta constante. Já cansei de que tomem o não dito, pelo dito. É óbvio, que a inteligência e a intelectualidade são peculiares a alguns. Diferentemente de outros que as possuem em diferente grau e aborrecem-se com estas.
Mas só chatear-se não basta. É preciso estar infeliz, fazer infelizes, aterrorizar idéias menores. Quão rude e cruel alguém pode ser? Em que escala pode ser mensurável a tirania e a vilanice de quem a possui por natureza, por destreza? Podemos julgar? Pode julgar?
Não. Só um vilão é capaz de entender outro vilão. Compraz-se na tormenta, aquele que a alimenta. Só aquele que caminhou conhece o caminho, embora não consiga mudá-lo. O melhor é retirar-se. Afastar-se daqueles que lhes são caros, e no amargo retiro, transpassar as meninges e penetrar o cérebro com pensamentos menos nobres, quase ridículos.
Certa vez o poeta disse que a Alma não é ela mesma se não tem com o que comparar-se. Medíocre. Sempre fui arredio a comparações, as metáforas são a pior face delas. Cruel, mas não foram poucos os empíricos medíocres que atravessaram meu caminho. Isso aborrece. Tempo perdido. Minutos preciosos de inteligência preenchidos com momentos ininteligíveis, laço de vida que não tenho mais. Na linha do tempo que passa, cometo os mesmos erros do passado, sabendo das conseqüências que por derradeiro virão. Não há mérito nisso. Não há dignidade nisso. Vazio pleno, de expectativa sinistra, de resultado fatídico.
Mais do que palavras, a parábola da Macieira faz sentido. O fruto elevado, de fato, reserva maior valor, mas sempre irá ao chão independentemente daquele que o alcança. Sabedor, desejo a antítese.
Se existe distância, inexiste esperança. Pode ser que alguns pensem assim. Mas se inexiste esperança, então o que busca? A meta é o alvo? Ou o Alvo é a meta?
Dá pra ouvir a chuva densa lá fora. Caminhar por algumas horas é um dever, e com sorte; talvez o acaso faça justiça. Lembro que antes era assim, e era bom. Mesmo que o antes tenha se perdido no tempo e das minhas memórias, a inocência da infância sempre falta. É uma boa coisa pra se sonhar. Vou pensar nisso. Modelo infinito, de extrema ausência, busca eterna de vã essência, perscrutar, ouvir e falar, não há muito mesmo o que comentar, mas quem disse que eu queria dizer? Bem na verdade, acabei de dizer.
De certezas, algumas: Números, letras e um pouco de sol. Dúvidas: Todo o resto.
Ninguém entendeu?
Eu já esperava.
Um abraço à todos e vamos ver se consigo escrever ao menos uma vez por semana.. Da próxima, se houver, prometo não assustar ninguém.